Seta Historia Mosaicos

Material constituído esencialmente de sílica, se apresenta como uma massa amorfa homogênea, dura, frágil, transparente e impermeável. Possui uma considerável resistência mecânica, é bom isolante elétrico e é resistente a agentes químicos com excessão do ácido fluorídrico e dos alcalinos concentrados.
Considerado do ponto de vista físico como um líquido altamente viscoso, o vidro se obtém fundindo-se a uma temperatura entre 1300 e 1600 °C uma mistura composta principalmente de areia sílica adicionada de substâncias que facilitam a fusão e outros estabilizantes que têm como função estabilizar a sua estrutura. Colorantes, descolorantes ou outros componentes podem ser misturados de acordo com as características que se desejam imprimir ao produto final. Em seu estado líquido o vidro pode ser modelado recorrendo-se a métodos diferenciados: colagem, sopro, pressão, laminação, etc. Uma vez formado o vidro este vêm novamente submetido a uma temperatura suficiente para eliminar as tensões internas quando então deixa-se que este se resfrie lentamente até alcançar a temperatura ambiente.
Com a finalidade de discorrer a respeito da criação dos vitrais artísticos é útil classificar os vidros em algumas macro-tipologias com características muito distintas entre elas.
O vidro catedral é provavelmente o mais difundido e conhecido: apresentando-se com uma superfície não perfeitamente lisa, transparente, notadamente resistente, com uma coloração uniforme, geralmente em tons não muito acesos.
Pode ser "antigo", com uma superfície mais irregular ou ainda produzido industrialmente e de consequência dotado de uma trama mais uniforme. É largamente usado nos vitrais artísticos, sobretudo como fundo, devido à sua fácil combinação com outros tipos de vidro e pelo contraste e jogo de cores que gera quando é atravessado pela luz. É disponível em uma gama restrita de cores e está entre os mais econômicos.
O vidro opaco se caracteriza pela sua escassa transparência e pela presença de ramificações que dão à peça um efeito de marmorização. É encontrado em numerosas variedades de cores sejam monocromáticas que seja com a combinação de duas ou mais cores fundidas em modo não homogêneo. Isto rende diversa uma placa de outra em infinitas combinações de ramificações e tonalidades.
O vidro soprado, de origem americana, foi introduzido por Louis Comfort Tiffany* aproximadamente no final do século IX e é utilizado principalmente na realização de abajours, objetos de decoração e peças decorativas nos vitrais. Este vidro se obtém e se trabalha de acordo com o antigo ensinamento dos mestres nesta arte através do sopro do vidro líquido. Ele se apresenta como uma superfície lisa mas irregular, com a presença de bolhas de ar que o rendem particularmente fascinante. É presente em uma numerosa variedade de cores e provavelmente é o tipo de vidro mais nobre e mais frequentemente utilizado em vitrais de alto valor.
O vidro colorido pode ser visto como uma variável do vidro opaco, é caracterizado por estrias e variadas nuances de cor que se distribuem em maneira não uniforme sob um fundo transparente. O resultado é um interessante efeito de semi-transparência e de profundidade. Esse também se apresenta em diversas nuances de cor e variações de tonalidade de uma mesma cor ou distribuindo duas ou mais cores na mesma placa.
Estas podem certamente serem consideradas as principais tipologias de vidro mais comumente usadas na produção de vitrais artísticos: é necessário entretanto sotolinear que como existem diversos tipos de vidro, às vezes estes podem derivar das precendentes tipologias principais, que geralmente são empregadas na produção artística devido aos efeitos particulares que conseguem criar.
Temos ainda o vidro iridescente, caracterizado por nuances de madrepérola iridescentes; o vidro espelhado, que se adapta a particulares peças trabalhadas com a técnica da incisão ou do mosaico; o vidro fumê, econômico e próprio para o emprego em decoração; o vidro fractures, caracterizado por partes e fragmentos irregulares de vidro colorido distribuídos sob uma superfície transparente ou opaca, geralmente utilizado como fundo nos vitrais modernos; o vidro barroco, com as suas características de grandes estrias coloridas com o efeito "onda"; o vidro "water glass", que simula com o seu efeito ondulado a supefície da água do mar; o vidro a anéis, muito precioso, composto de marcas circulares concêntricas que, uma vez iluminadas, se dilatam criando efeitos espetaculares, sendo utilizado principalmente na fabricação de abajoures; o vidro a granito, geralmente produzido artesanalmente e caracterizado por uma superfície intencionalmente áspera e irregular.
A escolha do tipo de vidro é evidentemente subjetiva e ligada ao tipo de produto que cada um deseja obter. Geralmente se utilizam vidros transparentes e de cores tênues para os fundos e vidros intensos e opacos para os particulares em primeiro plano.
A combinação das cores é ligada ao gosto pessoal e também ao conhecimento de algumas regras de base referentes à Teoria das Cores* que podem resultar úteis e ajudarem no resultado do vitral.
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