A luz é um elemento fundamental no vitral artístico. Provavelmente esta é a única forma de arte na qual a luz assume uma importância crucial. O vitral é atravessado pela luz e é graças à luz as cores adquirem vida e criam uma atmosfera mágica. A escolha e a seleção das cores constituem portanto um momento decisivo na realização de um vitral; se trata de gostos pessoais e subjetivos mas é útil percorrer algumas noções básicas da teoria das cores.

A percepção das cores é um processo neurofisiológico muito complexo. Através da retina do olho são capturadas as radiações luminosas que são codificadas pelo nosso cérebro como cores em razão de sua frequência ou extensão da onda.

A luz é um complexo de radiações monocromáticas. Fazendo passar um feixe de luz branca através de um prisma de cristal, essa se decompõe nas sete cores do espectro solar dito tradicionalmente como cores fundamentais. O objeto que reflete todas as ondas luminosas aparece branco; aquele que absorve todas as ondas aparece preto, enquanto que aquele que absorve toads as cores menos uma, aparece aos nossos olhos na cor correspondente a onda refletida.

Entre as cores fundamentais existem três ditas primárias, que são o vermelho, o amarelo e o azul. Estas não podem ser geradas por outras cores, mas através da combinação entre elas se obtém todas as coutras cores, secundárias e terciárias, e as suas variações e tonalidades. Existem também duplas de cores "complementares" (amarelo/roxo - vermelho/verde - laranja/azul) que somadas produzem o branco e cuja combinação produz o máximo contraste (por exemplo um vitral que representa uma flor vermelha com um fundo de folhas verdes produz um efeito estraordinariamente vivo e brilhante). As cores podem também distinguir-se entre cores "quentes"e cores "frias" com base na sensação psicológica que elas transmitem. As cores quentes (vermelho, amarelo, laranja) são vistosas, tendem a predominar sobre as outras e tem a característica de avançar, vindo de encontro ao observador. Do outro lado, as cores frias (azul, verde, violeta) tendem a se confundir, se misturar e a se distanciar, sugerindo ao observador uma idéia de profundidade.

Cada cor entretanto pode ser classificada em relação a intensidade e a tonalidade que assume transmitindo, de acordo com a combinação das outras cores com que se encontra, uma sensação de harmonia o de distonância. É a sensibilidade e o gosto do artista que irão sugerir as combinações que poderão gerar as sensações e as emoções que através do vitral ele deseja transmitir.