Seta Historia Mosaicos

Neste país, depois da segunda guerra mundial, ocorreu um fenômeno surpreendente, que interessou principalmente a arte do mosaico. A arquitetura japonesa, adotando estruturas parecidas àquelas ocidentais, se aproximou também da decoração musiva.
Nos séculos XVII-XIX, a madeira e seus derivados se adaptam à arquitetura de tipo ocidental, exigida pela rápida transformação política e econômica deste país.
Arquitetos americanos e europeus são chamados para ensinar nas universidades japonesas assim como alunos japoneses frequentam universidades e academias ocidentais, sobretudo para o mosaico, em Ravenna*.
Depois da expo de 1970, a arte japonesa do mosaico se exprime na decoração de caráter monumental em ambientes externos e internos, para pavimentos e paredes. Para as soluções anti-sísmicas estudadas para as estruturas arquitetônicas se adicionam as precauções anti-sísmicas idôneas aos mosaicos. Efetivamente os mosaicos são compostos em laboratórios sob estratos que ficam destacados do muro e assim são melhor protegidos dos movimentos sísmicos.
Não havendo tradições da respeitar, o mosaico japonês se associa frequentemente a outras técnicas artísticas, à escultura e à pintura. O desenho figurativo associa sujeitos da arte clássica antiga, sujeitos modernos e atuais. As composições são frequentemente assimétricas e parecem inspiradas na tradicional arte ikebana de pedra.
Segundo rezam os Anais Históricos do Oriente, o Ikebana teve a sua origem na Índia. Conta-se que, certa vez, Gautama - Buda, viu no chão um galho com flores em botão, quebrado pelo vento. O Buda, cheio de piedade pelas flores, pediu a um dos seus discípulos para pôr o galho na água, para que as flores tivessem mais tempo de vida. “A vida é uma dádiva divina e a suprema beleza das flores deve ser prolongada o mais possível”, foram as palavras de Buda.
A partir de então, os seguidores de Buda começaram a cuidar com grande carinho de todas as flores que encontravam caídas nos jardins, fazendo com elas arranjos florais muito singelos, em homenagem a Buda.
Estas oferendas - arranjos florais - passaram a decorar os altares dos templos e a fazer parte dos rituais do budismo indiano.
Os monges budistas foram aperfeiçoando a sua sensibilidade artística, e chegaram a uma forma de jardinagem, de grande profundidade espiritual chamada Paisagem Seca.
Foi na paz e solidão dos templos, que um monge chamado de "ermitão do lago" se dedicou à religião budista a aos arranjos florais. Os seus arranjos depressa se tornaram famosos pela sua beleza e simbologia, e monges de outros templos vinham pedir-lhe que lhes ensinasse esta arte. À arte de criar arranjos florais passou então a chamar-se Ikebana, cuja tradução quer dizer flores vivas. Esta foi a primeira escola de arranjos florais no Japão.
O Ikebana começou a desenvolver-se em larga escala durante o séc. XVI. Começaram a ser usados três ramos básicos que significam respectivamente: céu, terra e homem ou sol, lua e terra, e o objetivo do arranjo é expressar o equilíbrio harmonioso da natureza.
A forma básica para um arranjo oriental consiste num triângulo irregular, em que as linhas principais são descritas por três caules principais que representam: o céu (shin), a terra (soe) e o homem (hikae).
No Ikebana usam-se poucas flores e a simplicidade e harmonia são a maior riqueza do arranjo. Pedras, conchas, areia ou musgo são alguns dos elementos naturais mais utilizados, para se conseguir uma completa harmonia.
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