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Alguns (Poemas Selecionados de Eunice Arruda)
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Topo da Pagina topo da páginaAbertura

Alguns (Poemas Selecionados de Eunice Arruda) reúne poesias de autoria de Eunice Arruda que foram especialmente escolhidas por ela em 2009 para publicação no site de Claudia Houdelier para apreciação dos leitores.

 

Topo da Pagina topo da páginaCurrículo Literário

Pós-graduação em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. Prêmio no Concurso de Poesia PABLO NERUDA, organizado pela Casa Latinoamericana, Buenos Aires, Argentina, 1974. Presença em antologias, com poemas publicados no Uruguai, Colômbia, França, Estados Unidos, Canadá. Fez parte da diretoria da União Brasileira de Escritores e do Clube de Poesia de São Paulo. Ministra oficinas de criação poética desde l984, em locais como a Biblioteca Mário de Andrade e a Oficina da Palavra (Secretaria de Estado da Cultura). Coordenou os projetos Tempo de Poesia/Década de 60 em l995 e Poesia 96/97, promovidos pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. Por tais iniciativas recebeu o prêmio de Mérito Cultural em 1997 conferido pela União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro, RJ. Foi homenageada com o prêmio Mulheres do Mercado, concedido pela Casa de Cultura de Santo Amaro – São Paulo/SP, 2005. Em 2006, fez leitura de poemas para o programa Momento do poeta – Instituto Moreira Sales (IMS) – SP.

Eunice Arruda, poeta, autora de doze livros publicados:
É tempo de noite. São Paulo, Massao Ohno, 1960./ O chão batido. São Paulo, Coleção Literatura Contemporânea, nº 7, 1963./ Outra dúvida. Lisboa, Panorâmica Poética Luso-Hispânica, 1963./ As coisas efêmeras. São Paulo, Ed. do Brasil, 1964./ Invenções do desespero. São Paulo, edição da autora, 1973./ As pessoas, as palavras. São Paulo, Ed. de Letras e Artes, 1976 (1.ed); São Paulo, Ed. do Escritor, 1984 (2.ed)./ Os momentos. São Paulo, Nobel-Secretaria de Estado da Cultura, 1981./ Mudança de lua. São Paulo, Scortecci, 1986 (1.ed.); 1989 (2.ed.)/ Gabriel, São Paulo, Massao Ohno, 1990./ Risco. São Paulo, Nankin Editorial, 1998 (Prêmio Fernando Pessoa da União Brasileira de Escritores, RJ/RJ)./ À Beira. Rio de Janeiro, Blocos, 1999./ Há estações (haicai). São Paulo, Escrituras Editora, 2003 – selo Programa Nacional do Livro Didático.

 

Topo da Pagina topo da páginaPropósito

Viver pouco mas
viver muito
Ser todo o pensamento
Toda a esperança
Toda a alegria
ou angústia – mas ser

Nunca morrer
enquanto viver

(poema do livro “É tempo de noite”, Massao Ohno Editora, 1960 – São Paulo/SP)

 

Topo da Pagina topo da páginaTema Para a Abertura de Um Novo Sentimento

agora
a morte
da paz

(poema do livro “É tempo de noite”, Massao Ohno Editora, 1960 – São Paulo/SP)

 

Topo da Pagina topo da páginaAviso

Podes passar por mim:

a dor
coagulou

(poema do livro “É tempo de noite”, Massao Ohno Editora, 1960 – São Paulo/SP)

 

Topo da Pagina topo da páginaMedo

cai
não
ensaia

(poema do livro “É tempo de noite”, Massao Ohno Editora, 1960 – São Paulo/SP)

 

Topo da Pagina topo da páginaAcidente

Uma mulher caiu na rua
ninguém viu

Pensa que não caiu

(poema do livro “É tempo de noite”, Massao Ohno Editora, 1960 – São Paulo/SP)

 

Topo da Pagina topo da páginaMutilação

A gente se abstém de
viver

Porque viver estraga

(poema do livro “É tempo de noite”, Massao Ohno Editora, 1960 – São Paulo/SP)

 

Topo da Pagina topo da páginaOutra Dúvida

Não sei se é
amor

ou

minha vida que pede
socorro

(poema do livro “O chão batido”, Coleção Literatura Contemporânea nº 07 – 1963 – São Paulo/SP)

 

Topo da Pagina topo da páginaDa Finalidade do Trabalho

Não trago mensagem
na voz

Quando escrevo
é a vida que
exercito
para
que
tudo o que exista
em mim fique
escrito

Por isso não trago
mensagem na
voz

É missão de
quem escreve
apenas eternizar o que foi
                                        breve

(poema do livro “O chão batido”, Coleção Literatura Contemporânea nº 07 – 1963 – São Paulo/SP)

 

Topo da Pagina topo da páginaHora Poética

Para esquecer esta
dor

- transformá-la em poesia

Para eternizar esta
dor

- transformá-la em poesia

(poema do livro “O chão batido”, Coleção Literatura Contemporânea nº 07 – 1963 – São Paulo/SP)

 

Topo da Pagina topo da páginaPredição

Fazer da
busca o
ideal

Rasgar o ventre de
todas as noites
para encontrar
a aurora

O que não somos hoje
é o que há de nos
esmagar
             amanhã

(poema do livro “O chão batido”, Coleção Literatura Contemporânea nº 07 – 1963 – São Paulo/SP)

 

Topo da Pagina topo da páginaAs Coisas Efêmeras

Olho a tarde
a tarde
acaba

O amor o
amor
acaba

A vida
sim
é que é imensa

(poema do livro “As coisas efêmeras”, Brasil Editora – 1964 – São Paulo/SP)

 

Topo da Pagina topo da páginaPoema

Areias, mar, navios
Mergulho
jamais premeditado

Agora recebo meu corpo
como um pássaro
ferido
pesado
de incompreensão

Tantas coisas
alheias
desenham o caminho

(poema do livro “As coisas efêmeras”, Brasil Editora – 1964 – São Paulo/SP)

 

Topo da Pagina topo da páginaAmpliação

Construo o poema

peda-
ço por
pedaço

Construo um
pedaço de
mim
em cada poema

(poema do livro “As coisas efêmeras”, Brasil Editora – 1964 – São Paulo/SP)

 

Topo da Pagina topo da páginaEngano

Não
isto ainda
não
é a
paz

É o silêncio da vida

(poema do livro “As coisas efêmeras”, Brasil Editora – 1964 – São Paulo/SP)

 

Topo da Pagina topo da páginaConflito

Nada me
faz

Deter ou avançar

(poema do livro “Invenções do desespero”, Edição da Autora – 1973 – São Paulo/SP)

 

Topo da Pagina topo da páginaA Chuva e o Sofrimento

Como o sofrimento
a chuva
cai
sobre a gente

E nos deixa
o rosto molhado e
disforme

Como o sofrimento

(poema do livro “Invenções do desespero”, Edição da Autora – 1973 – São Paulo/SP)

 

Topo da Pagina topo da páginaSentença

Convém nos
iniciarmos
cedo
As coisas são demoradas

E não é bom
colher os frutos
quando a boca não
conseguir  mais
saboreá-los

(poema do livro “Invenções do desespero”, Edição da Autora – 1973 – São Paulo/SP)

 

Topo da Pagina topo da páginaMulheres

Mulheres
mecanizadas
simulam
vozes

De passos duros
e roupas leves
alargam a tarde
de fumaça e
objetivos

Têm pressa – não
sonhos

Mulheres mecanizadas
geram filhos e
criam o
abstrato

(poema do livro “Invenções do desespero”, Edição da Autora – 1973 – São Paulo/SP)

 

Topo da Pagina topo da páginaSímbolo

Esta noite sonhei
com a
paz

Tinha o seu rosto

(poema do livro “As pessoas, as palavras”, Editora de Letras e Artes, 1976  – São Paulo/SP)

 

Topo da Pagina topo da páginaErro

Edifiquei minha
casa sobre a
areia

Todo dia recomeço

(poema do livro “As pessoas, as palavras”, Editora de Letras e Artes, 1976  – São Paulo/SP)

 

Topo da Pagina topo da páginaPalavras

buscar palavras

No vermelho
 no
sol no atalho
escondido
no fio da faca
buscar palavras
e cristais
sempre
sem
nenhum repouso
no
algodão das nuvens

buscar no chão
cavar as águas

E na correnteza brilha
o pó
deste ouro
- as palavras

(poema do livro “As pessoas, as palavras”, Editora de Letras e Artes, 1976  – São Paulo/SP)

 

Topo da Pagina topo da páginaAspecto

a maturidade
chega

com a maturidade

(poema do livro “Os momentos”, Editora Nobel/Secretaria do Estado da Cultura, 1981 – São Paulo/SP)

 

Topo da Pagina topo da páginaObservando I

Sim

as horas de trégua

quando se afiam
as facas

(poema do livro “Os momentos”, Editora Nobel/Secretaria do Estado da Cultura, 1981 – São Paulo/SP)

 

Topo da Pagina topo da páginaObservando II

o pior momento:

o cego enxerga
melhor que o
guia

(poema do livro “Os momentos”, Editora Nobel/Secretaria do Estado da Cultura, 1981 – São Paulo/SP)

 

Topo da Pagina topo da páginaUm Dia

um dia eu
morrerei
de sol, de
vida acumulada
na convulsão
das ruas

um dia eu
morrerei e
não
podia:

há poemas
escorregando de meus dedos
e um vinho não
provado

(poema do livro “Os momentos”, Editora Nobel/Secretaria do Estado da Cultura, 1981 – São Paulo/SP)

 

Topo da Pagina topo da páginaGeografia

estar em
algum lugar

sempre

deixar o
corpo
posto
em algum lugar

porto
onde voltar

(poema do livro “Os momentos”, Editora Nobel/Secretaria do Estado da Cultura, 1981 – São Paulo/SP)

 

Topo da Pagina topo da páginaEnganos

Uma
luz
me aproximo
é escuridão

Brilha
agora em ouro
o que ontem foi
pó e não

(poema do livro “Mudança de lua”, Scortecci Editora, 1986  – São Paulo – SP)

 

Topo da Pagina topo da páginaUm Visitante

Quem escreve
é
um visitante

Chega nas horas da noite
e toma o lugar do
sono
Chega à mesa do almoço
come a minha fome

Escreve
o que eu nem supunha
Assina o meu nome

(poema do livro “Mudança de lua”, Scortecci Editora, 1986  – São Paulo – SP)

 

Topo da Pagina topo da páginaNotícias

As crianças morrem

Em piscinas
lagoas
no centro da cidade

O corte na testa
barrigas inchadas
costas afundadas

As crianças
elas também nos abandonam

(poema do livro “Mudança de lua”, Scortecci Editora, 1986  – São Paulo – SP)

 

Topo da Pagina topo da páginaConcessão

Às vezes
volto

Para ter companhia

(poema do livro “Mudança de lua”, Scortecci Editora, 1986  – São Paulo – SP)

 

Topo da Pagina topo da páginaPaisagem

O sol se
põe

Girassóis olham o chão

(poema do livro “Mudança de lua”, Scortecci Editora, 1986  – São Paulo – SP)

 

Topo da Pagina topo da páginaGabriel:

Cuidando da imortalidade
um poeta esquece a
vida

Come o pão
amanhã

Cerzindo as roupas claras
se veste de luto
pela casa
pobre cuidando: um poeta

De sonhos é que é

corrompido

um dia será lido

(poema do livro “Gabriel:”, Massao Ohno Editor, 1990 – São Paulo/SP)

 

Topo da Pagina topo da páginaGabriel:

Sulco fundo de arado
A terra aberta ferida
No entardecer vejo a vida

(poema do livro “Gabriel:”, Massao Ohno Editor, 1990 – São Paulo/SP)

 

Topo da Pagina topo da páginaGabriel:

eu que vivi sem pátria entregue
ao ócio ao sol em sonho em
todos os lugares
eu

que vivi sem pátria
que vivi somente

com o gosto do vinho e o brilho
as cores da Espanha e o luar
eu que vivi sem pátria morro

de raiz

(poema do livro “Gabriel:”, Massao Ohno Editor, 1990 – São Paulo/SP)


Topo da Pagina topo da páginaGabriel:

Escrevo um livro
Não virarei pó
Palavra

(poema do livro “Gabriel:”, Massao Ohno Editor, 1990 – São Paulo/SP)

 

Topo da Pagina topo da páginaGabriel:

Estreita é a porta
que nos solta da vida
e nos enxuga
dos sonhos

(poema do livro “Gabriel:”, Massao Ohno Editor, 1990 – São Paulo/SP)

 

Topo da Pagina topo da páginaEntendimento

Tenho usado
tanto
este corpo

É justo
que eu o deixe
que eu o deite
Que o esqueçam

(poema do livro “Risco”, Nankin Editorial, 1998 – São Paulo/SP - Prêmio “Fernando Pessoa” da União Brasileira de Escritores, RJ/RJ)


Topo da Pagina topo da páginaEngano

afinal
construímos prédios
casas jardins rosas
desabrocharam
trêmulas, afinal fomos
submissos às ocupações do dia
 às estações do ano
 à rotação da terra

Pensávamos ser esta a nossa pátria

(poema do livro “Risco”, Nankin Editorial, 1998 – São Paulo/SP - Prêmio “Fernando Pessoa” da União Brasileira de Escritores, RJ/RJ)


Topo da Pagina topo da páginaTarefa

cabe agora
morrer o corpo

dia a
dia ir

me desacostumando
do rosto
que eu chamava
meu

(poema do livro “Risco”, Nankin Editorial, 1998 – São Paulo/SP - Prêmio “Fernando Pessoa” da União Brasileira de Escritores, RJ/RJ)

 

Topo da Pagina topo da páginaTransformação

Anjo
dá guarda

Eu estou atravessando

Também me empresta
de tuas asas
o vôo

Que eu chegue a nenhum lugar

(poema do livro “À beira”, Editora Blocos, 1999 – Rio de Janeiro/RJ)

Topo da Pagina topo da páginaPaisagem

Ser tão

nas ruas

Sertão

nas ruas

(poema do livro “À beira”, Editora Blocos, 1999 – Rio de Janeiro/RJ)

Topo da Pagina topo da páginaO Enforcado

Ainda assim
bebo o úmido
da seiva

Ainda assim
- estômago na boca –
mastigo o alimento
da terra

Pressentindo as raízes

(poema do livro “À beira”, Editora Blocos, 1999 – Rio de Janeiro/RJ)

Topo da Pagina topo da páginaLua Fria

Lua
fria
irmã
Sequer me espreitas

Vejo-te pálida
protegida pela névoa
fria
lua
minguada magoada irmã

(poema do livro “À beira”, Editora Blocos, 1999 – Rio de Janeiro/RJ)

 

Topo da Pagina topo da páginaPedido

Poupe-me
o
sonho louco:
 
a permanência

(poema do livro “À beira”, Editora Blocos, 1999 – Rio de Janeiro/RJ)

 

 

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